Vida Pós Arkangel

Vida Pós Arkangel

Por: Lara Mendes
PARTE 1

O despertador tocou às seis da manhã na mesa de cabeceira branca do lado direito da sua cama de casal. A manhã fria que anuncia que o inverno canadense estava se aproximando e Sara pensou que dispensar o alarme por nove minutos para ficar um pouco mais debaixo dos seus cobertores pesados e aquecida pelo calor que emanava ao seu lado seria um opção incrível, mas logo em seguida tomou coragem para falar “Alexa, dispensar alarme”.

E a rotina para acordar é iniciada: a luz do banheiro da sua suíte acende para criar um caminho inconsciente do seu próximo passo junto com a luz atrás da cabeceira da cama e a cafeteira é acionada para preparar o café preto e sem açúcar matinal antes da yoga.

É incrível como a tecnologia pode facilitar as nossas vidas e automatizar pequenas tarefas no nosso dia a dia, mas algumas dessas tecnologias podem te aterrorizar pelo resto da vida. Enquanto Sara toma o seu café na caneca que recebeu de presente de dia das mães daquele ano do seu filho George, pensava em quais rumos a sua vida teria tomado se a tecnologia não tivesse interferido tanto na sua infância e adolescência. Como teria sido a sua vida na sua cidade natal? Onde ela estaria se nunca tivesse participado do experimento? Como ela estaria se nunca tivesse descoberto sobre o experimento?

Ela tinha muitas perguntas, muitos “e se…” na cabeça. Às vezes a vontade de contar a verdade para todos sobre o seu passado a consome e sempre quando isso acontece, ela vai até o quarto das crianças e os observa dormindo e lembra que sempre há uma escolha. Nesse momento Sara escolheu proteger os seus filhos de pesadelos, o seu casamento do término e o seu emprego do fiasco.

Na meditação antes de começar as asanas da yoga, ela optou por fazer novamente a técnica de voltar ao passado, para aquele dia em que fugiu de casa. Reviveu a revolta, as cenas embaçadas e o ódio que sentia. Hoje, 20 anos depois de ter descoberto que a sua mãe passou a sua infância e adolescência assistindo-a viver, interferindo nas escolhas e no destino dela, ela sente um alívio em ter a certeza de que aquela tela nunca mais será ligada novamente e, como parte da técnica de fazer as pazes com o seu passado, imagina-se conversando com a mãe falando que a perdoa apesar de tudo, se perdoa por ter agido daquela forma com a mãe, por ter se arriscado pegando carona com desconhecidos e agradece a si mesma por ter feito o melhor que podia depois daquele dia para construir uma linda vida, cheia de sentido e acolhimento por onde passou. Mascarar o passado e transformá-lo em algo mais aceitável, como a morte da mãe em um acidente de carro mesmo ela estando viva foi a melhor escolha. Ainda é a melhor escolha quando comparado ao que aconteceu.

Sara seguiu da sua Zafu para o tapete de borracha no outro canto da sua sala de yoga e estúdio adaptado de Caio, seu marido. Entre uma pose e outra, a Sara sentia o peso dos seus ombros e da sua cabeça indo embora. O barulho mental se esvai abrindo espaço para a concentração e presença. Nenhum aparato tecnológico poderia lhe dar essa paz e essa força que vem de dentro. Seguindo o flow do cachorro olhando para cima, chaturanga, pose de cabeça pra baixo e cachorro olhando para baixo, Sara sentiu uma pontada perto da orelha direita, onde havia sido colocado o implante do projeto Arkangel, seguido de uma tontura que fez a sua vista embaçar. Ela se sentou no chão, ao lado do tapete, apoiando as costas na parede e segurou a cabeça numa tentativa de continuar alerta, mas foi em vão e algumas respirações profundas depois desmaiou .

PARTE 2

Em um quarto branco e iluminado quase que ofuscante, um som de fundo começa a ser ouvido por alguém que acordava atormentado, como se estivesse dormindo há muito tempo. Rebeca Diaz demorou bastante para entender que o objeto claro acima da sua cabeça era a luz de uma sala de cirurgia. Assim como a sua visão, a sua audição estava ficando cada vez mais clara e pouco a pouco os seus sentidos retornavam e ela tomava consciência do que estava acontecendo ao seu redor.

Conseguiu distinguir que o som ao fundo era o do telejornal das oito horas que ela costuma assistir. A âncora noticiava uma série de invasões sincronizadas e misteriosas aos depósitos de artefatos criminais por todo o país, mas nenhum objeto foi roubado. Os policiais estavam investigando se algum objeto de crimes antigos, com mais de 15 anos, havia sido usurpado pelos invasores, mas não podiam dar maiores informações sobre isso até o momento.
A atenção de Rebeca foi desviada ao ouvir uma voz vinda do canto direito da sala, atrás dela que dizia

– A invasão ao sistema do implante Arkangel foi bem sucedida. Podemos iniciar o upload das atualizações. O sistema operacional do tablet antigo já foi subido na nuvem e passado para o computador central? – Disse uma voz feminina um pouco rouca.

Rebeca achou a voz conhecida, como se lembrasse remotamente da voz, mas não conseguia associar um rosto àquela voz. A sensação era de que havia tido contato com essa mulher quando criança.

– Sim, tudo pronto para o teste um com a cobaia vinte e seis, Dra Shaw. – Disse uma outra voz, desta vez mais jovem de um homem. Provavelmente do assistente da Dra. Shaw.

“Cobaia vinte e seis?! Cobaia de que? O que aconteceu com as outras?” pensou Rebeca em desespero. Seus batimentos aumentaram e o monitor ao seu lado fazia cada vez mais barulho. Ela só pensava em sair dali o mais rápido possível, mas não tinha mais o controle dos seus membros. Por que ela estava paralisada? Só conseguia mexer os olhos em desespero.

– Teste de transmissão de lembranças iniciado – Disse Dra. Shaw

E num piscar de olhos, a Rebeca se transformou espectadora de toda a sua infância. Todo o filme da sua vida, iniciando em uma sala de um hospital aos 6 anos, passando por sua adolescência, como se ela estivesse revivendo tudo isso de forma super acelerada. Cada movimento que ela fazia com os olhos, ela enxergava detalhes diferentes de cada momento da vida dela. Mas como ela estava revivendo as situações que nem ela lembrava que haviam acontecido com ela? Como eles estavam fazendo isso?

– Teste bem sucedido. Por favor Filipe, prepare o reconhecimento facial das crianças que apareceram no dia D para cruzarmos o banco de dados das cobaias anteriores e, em seguida, acesse a geolocalização dos alvos. – Disse Dra Shaw ao seu assistente.

A respiração da Rebeca ficava cada vez mais acelerada e seus batimentos aumentavam cada vez mais. 

– Dra., precisamos aumentar a dose de sedativos. Ela está resistindo.

– Não! Precisamos da força da consciência dela para fazer a conexão com os próximos alvos. 

O filme estava chegando ao fim para a Rebeca. Ela estava em uma expedição geológica pelas lindas formações de Big Water com seu assistente e de repente em uma dor de cabeça muito forte que a fez sentar no chão para segurar a sua cabeça. Walter, seu assistente, pensou que ela estava desidratando nas altas temperaturas e lhe ofereceu água. Rebeca, com uma feição estranha, pega o martelo geológico que estava à sua direita e acerta Walter na cabeça.
Essa última cena foi diferente das outras. Ela não se viu fazendo aquilo, como em todo o filme, ela estava assistindo horrorizada ela mesma assistindo a cena sem reação. Não era ela que tinha feito aquilo. Não poderia ter sido ela. Aquilo realmente tinha acontecido?

– Sara Sambrell identificada, Dra Shaw. Iniciando o processo de localização…Grand Bend, Canadá. Não foi ela que quase matou a mãe com o tablet Arkangel?

– É por causa dela que estamos nos escondendo. As autoridades proibiram o projeto após o incidente com Marie Sambrell. Inicie os testes da versão Pro com a Rebeca. Se tudo der certo, quero testar a distância com a Sara pela manhã.

PARTE 3

Às sete e quarenta e cinco daquela manhã de domingo, Sara, após cinco minutos permanecia sentada no local, sem consciência corporal, mas algo estava passando na sua cabeça. Lembranças do seu passado, coisas que ela nem lembrava que tinha vivido, estavam passando de uma forma tão acelerada, como se alguém tivesse colocado o filme da vida dela na velocidade de trinta anos por minuto. Tudo se passava e ela continuava imovel por fora, sem controle para despertar. Ao chegar o final do filme, até o momento desmaio, Sara desperta assustada por achar ter escutado uma voz falando: Conseguimos recuperar o controle.”

Acreditando que o retorno ao passado teria sido demais para ela, Sara decide passar o dia fazendo atividades mais leves e que passasse a sensação de acolhimento. Então cozinhou para a família, assistiram filmes juntos e desfrutou do aconchego da sua família, mas mesmo assim a dor de cabeça estava presente desde o desmaio pela manhã.

Ao final do dia, enquanto rolava o feed da sua rede social favorita, uma notificação de mensagem invade a tela:

Está na hora de ir ao médico. A sua vitamina B12 está abaixo do nível aceitável.

Como de costume, Sara inicia o seu dia com suas disciplinas diárias de movimentação e atenção plena unindo mente e corpo, mas dessa vez de uma forma não tão concentrada quanto gostaria por seguir pensando em tudo que viu no dia anterior. Ao terminar de se arrumar para o trabalho, preparando as panquecas do café da manhã, Sara é surpreendida com uma flor de papel crepom feita pela sua filha mais velha, Carol, que sem falar nada, a conduz até a sala onde estão seu filho Bryan com o pijama favorito dele de Buzz Lightyear e seu marido Caio com um violão a postos. Antes dela perguntar o que estava acontecendo, todos os três começaram a cantar para ela “You’ve got a friend in me” e no final Bryan fala:

– Fizemos isso para que você se sinta melhor, mamãe.

Neste momento Sara deixa de lado todas as preocupações e agradece profundamente por tudo que ela possui.

Depois de recarregar as energias com a demonstração de amor mais fofa possível da sua família, Sara e Caio se dirigem para o trabalho na Grand Bend Public School. Essa será uma semana cheia para os dois. A Sara possui diversos horários agendados com os alunos e o Caio está coordenando a apresentação de inverno da banda da escola. 

A dor de cabeça ainda atormentava Sara e ia ficando cada vez mais forte. Ela relutou a ideia, mas infelizmente teve que ir ao médico investigar o que estava acontecendo e nem todos os estudantes foram atendidos, apenas Sun, uma adolescente de 16 anos, filha de pais religiosos, que descobriu uma gravidez após um rápido relacionamento com um universitário; e Yan, de 14 anos que presenciava quase diariamente os abusos psicológicos e as agressões físicas do seu pai policial na sua mãe, Blue. Yan era o aluno que mais buscava a ajuda de Sara.

Enquanto dava uma última olhada nas anotações das sessões realizadas pela manhã, o telefone dela vibrou notificando uma nova mensagem recebida, confirmando a disponibilidade da médica Amy para o atendimento em 30 minutos.

Após realizar os exames, o diagnóstico foi certeiro: níveis abaixo do normal de vitamina B12 no organismo resultando em dores de cabeça e cansaço mental. 

Ao sair do consultório, andando pelo corredor do hospital, Sara olhou para uma sala à sua direita que estava com a porta meio aberta. Uma mulher estava realizando a troca de um curativo, mas havia algo muito estranho. Sara não conseguia enxergar o sangue. Tudo estava embaçado e ela só conseguia identificar que havia algo vermelho no braço da jovem. 

Por que ela não viu com nitidez a ferida aberta e o sangue? Como aquilo poderia estar acontecendo? O transplante estava ativo novamente? 

Tantas perguntas bombardearam a mente de Sara e em meio ao desespero, Sara corria para o carro como quem está atrasado para um compromisso muito importante. O seu nervosismo era tão grande que deixou as chaves caírem da bolsa ao abrir o carro, mas não demorou para pegá-las novamente e em um pulo já estava dirigindo para casa. 

Um percurso de vinte e cinco minutos de carro, Sara fez em dez. Ainda correndo, ela procura com as mãos tremendo um frasco de remédios no banheiro e toma dois comprimidos. Ela queria apenas dormir e acordar desse pesadelo.

Horas mais tarde, um toque insistente acordou Sara. Uma chamada desconhecida. A pessoa do outro lado da linha permanecia muda. Sara desliga, mas novamente o telefone toca. Desta vez uma voz robótica falou: 

“Ligue a televisão no jornal local em 2 minutos.”

Sara correu para a sala e ao ligar a tv assistiu a uma reportagem sobre um aborto ilegal que ocasionou na morte da adolescente estudante da Grand Bend Public School. Era Sun. 

Sara clicou no botão vermelho do controle remoto e um silêncio tomou conta da casa. Ela permaneceu imóvel por alguns minutos. 

Eu poderia tê-la ajudado? Se a sessão não tivesse sido interrompida, Sun estaria viva?

Uma mensagem interrompe o silêncio externo e o fluxo de perguntas internas de Sara.

“Yan será o próximo. Tictac.”

PARTE 4

Dois dias depois do recebimento da última mensagem, ao chegar na escola, Sara percebe uma movimentação diferente dos alunos do último ano. Horas mais tarde, sua colega de trabalho, a professora de inglês, Helena, traz o desenrolar da suspensão de Yan naquela manhã por ter batido em um colega até ele ficar inconsciente. Sara não pôde esconder a sua expressão horrorizada. Logo Yan, um menino tão doce e quieto.

– O que aconteceu para ele fazer isso? – perguntou Sara.

Mas antes que Helena separasse seus lábios para contar, a diretora solicitou a presença da Sara com urgência em sua sala pelo alto-falante da escola.

Sara saiu com rapidez da sala dos professores e se dirigiu à sala da Christine, a diretora. A cada passo, ela se perguntava qual seria o motivo da conversa.

Ao entrar na sala, Sara percebeu que Christine a aguardava com companhia. O advogado da escola estava lá, mas por que ?

– Olá, Sara. Como vai? Esse é o Steven, advogado da Grand Bend Public School. – disse Christine dando a deixa para o cumprimento formal com um aperto de mãos entre Sara e Steven.

– O motivo dessa reunião é o recente vazamento de informações dos alunos que se consultam com você. A denúncia veio ontem de um dos seus pacientes mais assíduos: Yan. Antes de ser suspenso, ele afirmou que tudo que ele contou nas sessões está sendo divulgado. Todos nós, Sara, alunos e professores da escola, recebemos mensagens de texto sobre o Yan com o seu número pessoal como remetente – continuou Christine.

– Deve haver algum engano. Eu jamais faria isso com meus pacientes – disse Sara em choque com a situação.

– Então cheque seu celular e nos prove o contrário, por favor – disse Christine cruzando os braços e se inclinando para frente da cadeira.

Ao verificar as mensagens enviadas, Sara não acredita no que vê. Todas as suas anotações das suas consultas foram enviadas para os alunos e professores da escola. 

Sara negou a autoria das mensagens e afirmou não saber o que estava acontecendo, que alguém deve ter hackeado o seu celular, mas isso não adiantou.

Sara teve o seu contrato suspenso e uma investigação foi aberta para o caso.

Enquanto dirigia, voltando para casa, Sara pensava como essa situação pôde acontecer e quem queria prejudicá-la tanto assim. Chegando em casa, ela foi direto para a sua sala de yoga e estúdio de música, ela precisava mergulhar mais fundo para encontrar respostas.

Será que hackearam meu número ou eu realmente fiz isso? Mas como posso ter feito isso e não lembrar?

Sara passou horas meditando até ser desconcentrada pela voz alta da sua filha falando:

– (…) mas papai, eu não quero ir!

Ir para onde? – Pensou Sara 

Chegando na sala, encontrou o Caio sentado com o controle da televisão em uma mão e a outra na cabeça, como se estivesse preocupado.

– Querido, o que aconteceu? – perguntou Sara.

Sem falar uma palavra e sem olhar para sua mulher, Caio apertou um botão para ligar a tv e outro para dar play no vídeo.

Era uma lembrança de Sara. A pior delas. Caio havia assistido o episódio que a fez fugir para o Canadá. Ele viu a sua esposa bater na sua mãe até ela ficar inconsciente, quase sem vida. Ele descobriu o segredo de Sara.

O vídeo passava, Caio levantou e foi caminhando em direção a porta de forma cautelosa.

– Passei 15 anos dormindo ao lado de uma mentirosa e assassina. Estou levando os meus filhos para longe de você. – disse Caio fechando a porta.

Antes que desse tempo de falar algo, Sara percebeu que ele já não estava na sala. Desesperada para explicar a situação, ela corre para tentar impedir o marido, mas desmaia. Simplesmente apaga no chão da sala, próxima a porta enquanto o barulho do motor do carro vai ficando cada vez mais distante.

PARTE 5

Uma luz ofuscante. Essa foi a primeira coisa que Sara viu ao abrir os olhos. Aquela não era a sua casa. Pouco a pouco vai se revelando o ambiente branco e silencioso, a cama inclinada, as contenções postas em seus braços e pernas que pareciam quase algemas. Não, eram algemas. Ela tenta se mexer, mas não consegue. Não por estar algemada, mas porque o seu corpo não responde, ela está paralisada. A respiração de Sara acelera e o aumento do ritmo dos seus batimentos é entregue pelo equipamento que está a sua direita.

Uma mulher entra no quarto. Sara constatou isso pelo som da porta abrindo, seguido do barulho dos saltos no piso.

– Você não imagina o quanto foi difícil chegar até você, Sara Sambrell. Deixe-me apresentar, eu sou a Dra. Shaw. Você deve ter muitas perguntas e terei o maior prazer em responder todas para você.

Silêncio absoluto. Sara não conseguia falar. 

O que está acontecendo? Pensou Sara.

– Opa, havia esquecido que mutamos você. Vou simplificar explicando algumas coisas… Há 20 anos o projeto mais revolucionário para a proteção e educação de crianças americanas foi descontinuado por causa de um surto de uma participante. Milhares de pais que estavam na fila de espera perderam a oportunidade de dar uma vida melhor para seus filhos. Isso te lembra algo, Sara? – disse a Dra. Shaw segurando na mão de Sara.

– O Arkangel foi considerado um projeto criminoso e antiético por sua causa. Minha filha poderia ter tido a oportunidade de ter uma vida se não fosse por você. Hoje o que resta dela está em um vaso cheio de cinzas do que sobrou dela após uma overdose. Uma overdose que poderia ter sido evitada se você não tivesse destruído as chances dela de receber o implante. Após a morte dela, prometi que lutaria para que outros pais não sentissem a minha dor. Por sua culpa, milhares de crianças ficaram desassistidas, sozinhas e desprotegida dos perigos que existem no mundo e eu não podia deixar que continuasse assim. Então reuni investidores e alguns dos responsáveis pelo projeto Arkangel e conseguimos reconstruir o sistema para desenvolver uma versão melhor e com mais controle sobre as crianças, agora contamos com localizador em tempo real, função de mutar e de paralisar para evitar que coisas erradas sejam ditas e atitudes erradas sejam tomadas, além da possibilidade de transmissão de informações para suas mentes. – continuou Dra. Shaw orgulhosa do seu trabalho.

– Mas não fique tão triste por ter atrapalhado tudo, separei um papel muito importante para você nessa nova fase evolutiva do Arkangel:  Você foi a nossa última cobaia da nossa fase de testes e o nosso principal exemplo de bom funcionamento do sistema. Você será, pelo resto da sua vida, a demonstração do Arkangel Pro.

Por Lara Mendes

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