Ato contra novo corte nas universidades federais mobiliza movimentos estudantis e associações sindicais na manhã desta quinta-feira (06)
Laiane Apresentação
O salão nobre da reitoria da UFBA tornou-se palco de protestos contra cortes no orçamento das universidades e instituições públicas, publicado em decreto na última sexta-feira (30). Estudantes, professores e líderes de movimentos estudantis e sindicais se reuniram em ato convocado pelo Diretório Central de Estudantes da UFBA (DCE) junto à União Nacional de Estudantes (UNE) e União dos Estudantes da Bahia (UEB).
A mobilização organizada nessa manhã foi uma resposta contra o corte denunciado pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) e a UNE. De acordo com o diretor da Andifes, o decreto publicado na última sexta-feira pelo Planalto oficializou o corte de R$ 1 bilhão na educação, R$ 328 milhões retirados apenas da educação superior, tornando o funcionamento das universidades insustentável. Esse bloqueio no orçamento, de acordo com O Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif), também afetará a permanência de estudantes de baixa renda.
Estavam presentes na Reitoria o presidente da UEB, Pedro Lucas, e Douglas, diretor do DCE, além do presidente do Sindicato dos Professores das Instituições Federais de Ensino Superior (APUB) da Bahia e o professor da Faculdade de Direito Emanuel Lins e coordenadora do Sindicato de Luta (ASSUFBA) também marcaram presença no ato e políticos candidatos na eleição desse ano, como Professora Marize e Maria Mariguella.
“A universidade é essencial para a gente pensar em um projeto nacional que contemple a maioria de nossa população e o nosso povo vai responder isso na rua.” declarou Hilton Coelho, reeleito no último domingo Deputado Estadual da Bahia, quando perguntado sobre o bloqueio dos recursos para a educação. O professor Emanuel também se pronunciou sobre o ataque a educação e convidou os estudantes para uma assembleia da APUB, marcada para amanhã (07), que tem como objetivo consultar a categoria sobre a posição no segundo turno e os cortes feitos pelo governo.
A mobilização não permaneceu por muito tempo no Salão da Reitoria e abriu espaço pelas ruas do Centro de Salvador. Uma passeata com estudantes e professores, de dentro e fora da UFBA, seguiu pela Rua João das Botas, no Canela, em direção à Prefeitura Municipal de Salvador, onde finalizaram os protestos declarando que os movimentos não pararão de lutar pelos direitos a educação e pela Universidade Pública e convocando os presentes para o ato nacional “Fora Bolsonaro” organizado pela UNE, previsto para o proximo dia 18 de outubro.
Em nota divulgada no final da tarde, a UFBA afirmou que não irá parar as atividades. O novo corte diminuiu 5,8% do orçamento da universidade. Somados com o corte de R$ 12,8 milhões sofrido em junho, totaliza-se uma perca de 18% do orçamento total desse ano. A universidade também afirmou que estará junto com outras universidades e instituições federais em defesa da educação e apoiando os próximos atos públicos que serão realizados ao longo desse mês.