“Soteromairiense” orgulhosa, Isis Cedraz quer dar sentido aos lugares que ocupa
por Israel Risan
A estudante do quarto semestre de Jornalismo da UFBA, Isis Cedraz, 21, tem Mairi, onde nasceu e morou até os 12 anos, como lugar favorito no mundo. Carrega orgulhosamente o título de mairiense por todos os lugares onde passa. Hoje, morando em Salvador, reconhece a importância do lugar de onde veio. Foi lá onde teve seus valores e caráter definidos. Num mundo perfeito, onde pudesse exercer sua profissão como sonha em qualquer lugar, com certeza esse lugar seria a cidade do interior da Bahia onde estão suas raízes. Mas seu sonho é conseguir exercer sua profissão fora do Brasil.
A comunicóloga
Desde sempre, Isis demonstra muito interesse em histórias de pessoas, em lidar com pessoas e atividades mais dinâmicas. Assim, viu no jornalismo uma profissão em que poderia colocar em prática coisas que gostava e se sentia feliz fazendo. A história com a Comunicação começou em uma experiência na Revista Capricho. Representante da Bahia na Galera Capricho, ajudava na redação do “Blog da Galera”. “Foi uma época que, além de um crescimento pessoal muito grande, traçou o meu caminho profissional”, declara.
Buscando sempre sua melhor versão como profissional, quer se desafiar e aprender coisas novas. O último desafio que resolveu enfrentar foi um estágio no Jornal Correio, onde trabalha com mídias digitais, organização de dados e produção de conteúdo. Depois de nove meses experimentando contar “O que a Bahia quer saber” (slogan do jornal), promete novidades e revela estar se dedicando a um novo projeto: a produção de um podcast.
Às vezes em conflito com a vida profissional, já duvidou se realmente estava no caminho certo, por se deparar com áreas do jornalismo onde não se via trabalhando. A pressa para definir o seu lugar no mundo e traçar seu futuro a colocou numa posição de hesitação. “A gente decide muito cedo o que quer da vida”, expressa. O conflito vem também de outras experiências somadas, que a faz ter certezas positivas e negativas sobre si mesma. Hoje ela tem a confirmação de que quer mesmo ser jornalista e sabe os caminhos que não quer seguir. Não se vê presa à redação. Seu desejo é trabalhar com marketing, política ou mídias sociais.
Seus primeiros passos como estudante de jornalismo foram no segundo semestre de 2019 na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), em Vitória da Conquista. Uma nova tentativa no semestre seguinte e ela foi aceita no processo seletivo da Universidade Federal da Bahia. “A UFBA sempre foi o meu sonho de faculdade, sempre foi a minha maior aspiração”, revela. Isis estava feliz na UESB, tinha feito amigas, gostava da cidade. Era um outro momento. Momento este que contribuiu muito para o seu amadurecimento. Mas percebeu que, para a sua escolha profissional, era melhor que estivesse de volta a Salvador.
Como “faconiana”, já pôde se aventurar em algumas instâncias da FACOM. Passou pela Produtora Júnior e pelo PETCom. Era um prazer pessoal ir à faculdade, assistir às aulas, estudar e ver as amigas diariamente, sentimento que percebeu mudar com a decorrência da pandemia de Covid-19. As relações mudaram. A sua euforia também mudou. Agora se vê ansiosa para a formatura e não diz ser completamente satisfeita com o curso. Em contrapartida, há um lugar onde se sente parte de algo: na Atlética Athena. A ex-membro da diretoria de ação social e atual diretora de administração, se orgulha de como a atlética promove a integração entre os membros. Foi o que lhe ajudou num momento em que se sentia sozinha na faculdade.
Não existe Isis sem a família
A família é o combustível diário para aguentar a vida, escolher novos caminhos e encontrar apoio. Não existe Isis sem a família. Uma filha que larga o que precisar para se dedicar aos pais, às necessidades da família. Se sente completa ao lado dos irmãos mais velhos, Liz e Arthur. Com os amigos, o contato não é frequente como gostaria, mas a relação não muda. É como se estivessem próximos sempre. Tenta ser apoio em qualquer situação, ainda que faltosa em relação ao tempo. Adepta do movimento “namoro para casar”, para ela não faz muito sentido estar em um relacionamento sério e não ter visão de compromisso no futuro com a pessoa ao seu lado. Leva, há quase dois anos, uma relação tranquila e leve com o estudante de direito Marcelo, a quem dedica carinho e atenção às pequenas coisas do relacionamento que agrega positivamente seus dias.
A jovem divide sua rotina entre faculdade, estágio, demandas da atlética e cuidar da prima Sofia, a quem tem como irmã. O tempo livre é ocupado por sessões de filmes (quando não dorme nos primeiros quinze minutos) e leituras de ficção e romance. Um hobby simples desde que transformou o seu maior passatempo numa segunda profissão. Logo após o fim do Ensino Médio, queria juntar dinheiro antes de ir morar em outra cidade. A necessidade de renda associada à paixão por doces fez nascer a Le Dolce Doceria, a sua confeitaria virtual, onde se dedica para trazer novas ideias, além de profissionalização.