Manifestação contra o o bloqueio de verbas das universidades e institutos federais promoveu passeata de movimentos sociais
Beatriz Fonseca
Na manhã desta quinta-feira (06) o Diretório Central Estudantil da Universidade Federal da Bahia (DCE/UFBA) e as organizações sindicais de professores e dirigentes universitários (APUB e ASSUFBA) convocaram um ato, às 11h, na reitoria da universidade. Estudantes, professores, técnicos e movimentos sociais superlotaram o Salão Nobre para se organizar e sair em campanha com denuncias sobre os cortes executados pelo governo federal na pasta da Educação.
Durante a concentração para o ato foi destacada a importância da votação no segundo turno das eleições, foram os destaques do ato. Durante a fala de lideranças do movimento sindical e estudantil, ficou evidente a motivação de derrotar nas urnas o presidente Jair Bolsonaro, segundo eles “inimigo número um da educação”.
O que era para ser um ato concentrado na reitoria se transformou em uma passeata percorrendo cerca de 2 km com centenas de manifestantes pelas ruas do centro de Salvador. Sob gritos de insatisfação ao governo do atual presidente e favoráveis a volta do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, o ato percorreu a Avenida Sete, finalizando na Praça Thomé de Souza por volta das 14h, em frente à sede da Prefeitura de Salvador.
O presidente da Associação dos Professores Universitários da Bahia (APUB) Emanuel Lins acredita que a comunidade universitária precisa se unir para derrotar Bolsonaro nas urnas e reverter os cortes. “É um ataque direto ao direito das pessoas estudarem para melhorar suas vidas, o que mostra o proposito dele de desviar dinheiro da educação, para praticar corrupção com orçamento secreto e outros esquemas espúrios. A direção já afirmou posição em defender o voto contra Bolsonaro, os democratas devem se unir, para isso é preciso votar em Lula. É um voto necessário”.
O que desencadeou a manifestação foi o decreto nº 11.216/2022, publicado na última quarta-feira (05), que estabelece o contingenciamento no âmbito de todo o Ministério da Educação (MEC). Em 2022 o orçamento das universidades e institutos federais sofreram o corte de R$ 763 milhões, segundo a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes).
A União dos Estudantes da Bahia (UEB) e União Nacional dos Estudantes (UNE) anunciaram nas redes sociais uma série de assembléias, protestos e manifestações como reação ao desmonte sofrido pela educação pública nos níveis básico e superior que teve início desde o governo Temer.