Sem oposições, lista tríplice da UFBA é formada por candidatos aliados
Elaine Oliveira
No última quarta (01), o Colégio Eleitoral da UFBA votou pela manutenção de aliados da gestão atual na reitoria da universidade. A lista tríplice, definida com ausência de oposição aos atuais dirigentes, é composta pelos nomes dos professores Paulo Miguez, Eduardo Mota e Olival Freire Jr, com 54, 17 e 16 votos, respectivamente. Durante a sustentação oral de 15 minutos direcionada a cada concorrente, os candidatos do segundo e terceiro lugar declararam apoio e alinhamento explícito à candidatura de Paulo Miguez.
O detentor da maioria dos votos do Colégio Eleitoral, Paulo Miguez, é vice reitor na gestão atual da universidade. Foi, também, vencedor na consulta paritária ao corpo universitário, mantendo em vigor a tradição no processo de escolha do novo dirigente da instituição. Na ocasião, o candidato obteve 10.172 votos do total de 10.351 votos na consulta, cerca de 98% dos votos. Foram às urnas, 50,28% do corpo docente, 55,09% dos técnicos administrativos e 12,86% dos discentes da totalidade da universidade.
A reunião aconteceu no auditório da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo às 14h com transmissão online na TV UFBA. Estavam presentes 93 dos 102 nomes do CONSUNI e CONSEPE. Foram computados 91 votos para reitor e 90 para vice reitor. A lista tríplice da vice reitoria foi formada por Penildon Filho, Olivia Maria Oliveira, Tatiana Bittencourt, com 54, 18 e 15 votos respectivamente. A escolha do vice será feita pelo reitor escolhido.
O que não se sabe, é se o nome escolhido pelo presidente da república para ser empossado será do número um da lista. Apesar dos nomes aliados na lista, o clima de incertezas quanto à escolha final ainda persiste entre membros da comunidade da UFBA. “Eu acho que a universidade, certamente, vai saber responder à altura esse desrespeito com a vontade da sua comunidade”, declarou Paulo Miguez, quando questionado acerca das possibilidades futuras do encaminhamento do processo.
O professor Fernando Conceição, cuja chapa foi inabilitada em 29 de abril último em reunião da comissão para a consulta, não obteve nenhum voto. O concorrente desde o início teceu inúmeras críticas ao processo e à falta de alternância de poder na reitoria. “Para nós, da oposição, da alternância qualificada, não é surpresa que, desse urtigueiro, surjam, de repente, tantas laranjas”, provocou o professor em sua sustentação oral durante a reunião.
O presidente da república terá um período de 60 dias, após envio da lista ao Ministério da Educação, para escolha. É nesse período, no mês de agosto, que terá fim o mandato do atual reitor João Carlos Salles.